Já está em construção o Parque Eólico de Balocas
Está já em construção o terceiro parque eólico no concelho de Seia. As obras, que tiveram início no final do mês de Março e se prolongam até Novembro, estão a decorrer nas freguesias de Teixeira e Vide para, no denominado “Parque Eólico de Balocas”, serem instalados 14 aerogeradores com a potência unitária de 2000 kW (quilowatt), distribuídos ao longo de duas linhas de cumeada, os quais convergem entre as cotas 850 e 1200 da serra do Açôr.
A entidade responsável pelo projecto é a ENEOP2, empresa resultante do consórcio constituído pelos quatro maiores promotores de energia eólica em Portugal: ENERNOVA, Termoeléctrica Portuguesa, GENERG, FINERGE e ENERCON, adjudicatária do concurso de potência eólica lançado pelo Governo em 2005.
Os aerogeradores a instalar, com torres em betão, têm 85 metros de altura e um diâmetro de rotor de 82 metros. As máquinas são modelos de última geração, salientando-se o facto de todo o equipamento e tecnologia ser totalmente produzido em Portugal, sublinhou Lobo Gonçalves, administrador da empresa, durante uma visita ao parque na passada quinta-feira. «É um parque de tecnologia portuguesa e incorporação nacional, uma vez que o grupo vai deixar de usar torres metálicas – cuja chapa é importada – e efectuar uma inovação enorme, que é construir torres de betão», salientou.
Lobo Gonçalves congratulou-se com o facto de a construção do parque de Balocas já ter iniciado porque a Câmara de Seia «teve uma atitude que raramente se encontra nos outros municípios, que é licenciar quando é devido licenciar». «Aqui, os procedimentos foram os que são normais e expectáveis, mas que poucas vezes se consegue», estando satisfeito com o facto de o parque ter iniciado a sua construção no prazo previsto.
António Pinto Moreira, responsável pela obra, adiantou que a obra teve início nos finais de Março e já estão duas fundações concluídas e betonadas e duas já com a armadura pronta. Para breve, está previsto o início da montagem das torres, às quais se segue a montagem da parte mecânica.
Os 14 aerogeradores serão ligados entre si, ao nível dos respectivos postes de transformação, colocados no interior das torres, e o edifício de comando e a subestação, através de uma rede subterrânea de média tensão. Por via aérea será apenas a linha de transporte até à subestação de Folques (Arganil), local onde depois será feito o escoamento da energia produzida através da rede eléctrica nacional. A linha eléctrica, com 24,5 km de extensão, vai ter início no Parque Eólico de Pedras Lavradas II e vai servir, além do parque de Balocas, os parques eólicos da Senhora das Necessidades e do Açor II.
Com uma potência máxima de 28 MW, o parque vai ter um investimento de 38 milhões de euros e, em ano médio, a estimativa de produção anual é de 70 mil MWh, equivalente para alimentar todos os aglomerados populacionais do concelho de Seia, até ao total de 35 mil habitantes.
O Parque Eólico de Balocas, o terceiro a ser instalado no concelho de Seia, vai gerar receitas para o Município de 2,5 por cento, correspondendo a cerca de 130 mil euros por ano, que se juntarão à renda anual de 100 mil euros dos parques eólicos da Serra da Alvoaça e das Pedras Lavradas.
ENEOP2 instala mais dois parques na zona
Na zona, a ENEOP2 também prevê arrancar brevemente a construção dos parques eólicos de Pedras Lavradas II, que abrange as freguesias de Teixeira (Seia), Erada e Sobral de S. Miguel (Covilhã) e da Senhora das Necessidades, na freguesia de Piódão (Arganil).
Para os Parques Eólicos de Pedras Lavradas II e Senhora das Necessidades prevê-se a instalação de, respectivamente, dez e quatro aerogeradores de 2000 kW, ao longo dos troços das cumeadas. Na envolvente destes parques eólicos, a empresa está também a construir os parques eólicos de Açor II e Cadafaz II, com um total de uma potência de 90 MW.
Refira-se que os parques eólicos de Balocas, Pedras Lavradas II e Senhora das Necessidades têm por objectivo, a produção de energia eléctrica a partir da força do vento, fonte de energia não poluente e renovável, contribuindo para a prossecução do cumprimento dos compromissos internacionalmente assumidos por Portugal, relativamente às emissões atmosféricas e no âmbito da Directiva Comunitária das Fontes Renováveis de Energia, aprovada em Setembro de 2001.
fonte:www.portadaestrela.com