Cadaval: Governo chumba parque eólico na Serra do Montejunto
O Governo chumbou a instalação de um parque eólico na paisagem protegida da Serra do Montejunto, nos concelhos do Cadaval e Alenquer, ao ter em conta valores ambientais e patrimoniais que ficariam em risco com o projecto.
Na Declaração de Impacto Ambiental (DIA), a que a agência Lusa teve acesso esta quinta-feira, o secretário de Estado do Ambiente, Pedro Afonso de Paulo, decide dar parecer desfavorável.
No documento é referido que "a construção do parque eólico pela sua extensão, pelos equipamentos a instalar e pelas estruturas associadas, acarreta impactos negativos muito significativos sobre o território, sobre a sua integridade geológica, paisagística e patrimonial não desprezível e minimizável, bem como impactos significativos sobre os valores ecológicos".
O documento sublinha que, além de vinhas, existem valores naturais da paisagem protegida a salvaguardar, como habitats e espécies de flora, e valores patrimoniais, como o Castro da Rocha Forte, classificado como monumento nacional, e o Castro de Pragança.
Se fosse concretizado, o projecto perturbaria e poderia causar a mortandade de aves de rapina e de abrigos de morcegos, argumenta o Governo.
Durante a consulta pública, que decorreu de 21 de Novembro a 27 de Dezembro, foram pedidos quatro pareceres e entregues nove exposições, entre as quais de juntas de freguesia e câmaras municipais do Cadaval e de Alenquer e de associações ambientalistas.
Uma petição foi lançada na Internet e em Janeiro várias associações ambientalistas promoveram uma manifestação na Serra do Montejunto contra o projecto.
O parque eólico correspondia a um investimento de 45 milhões de euros e previa a instalação, nas freguesias do Cercal e Lamas (Cadaval), de 17 aerogeradores, com uma potência global de 34 megawatts, capazes de produzir por ano 106 gigawatts de electricidade, refere o Estudo de Impacto Ambiental.
Para injectar a energia na Rede Eléctrica Nacional, seria instalada uma linha eléctrica até ao posto da EDP da Merceana, a qual iria atravessar as freguesias do Cercal, Lamas (Cadaval), Abrigada, Ventosa, Olhalvo, Aldeia Gavinha, Merceana, Cabanas de Torres e Vila Verde dos Francos (Alenquer).
fonte:http://www.cmjornal.xl.pt/