A maximização das energias renováveis assume-se como um dos eixos prioritários da política energética regional. Dentro das diversas tecnologias que se apresentam com grande potencial, suficientemente testadas e tecnicamente “maduras”, os centros produtores eólicos têm-se revelado, em conjugação, com os sistemas hídricos, uma excelente opção, contribuindo, de forma significativa, para a crescente contribuição do recurso vento no total da produção de electricidade na RAM. A entrada em exploração, no ano de 2009, de dois parques eólicos, com a potência global de 18 MW, por parte do Grupo EEM, imediatamente seguidos pela instalação de mais 12 MW promovidos por outros investidores, confirmou o mérito e sucesso desses projectos de investimento e da própria tecnologia, tendo, igualmente, demonstrado a coerência da estratégia delineada e o acerto do plano de acção que vem sendo executado na Madeira. Nesta linha de trabalho, o Grupo EEM apresenta mais um novo investimento no âmbito da energia sustentável, precisamente o parque eólico do Loiral II, constituindo mais um passo firme na trajectória definida, no sentido de reduzir a dependência energética da Região do exterior. Com este parque, o total da potência eólica instalada na ilha da Madeira atinge cerca de 44 MW, o que, em ano médio, permitirá uma contribuição energética de cerca de 90 GWh, isto é, cerca de 10% do consumo total de electricidade, assegurando as necessidades de consumo (de electricidade) de 35% do sector residencial da ilha da Madeira. Com o investimento deste parque do Loiral II, fecha-se o ciclo associado à transformação, para funcionamento reversível, da Central Hidroeléctrica dos Socorridos, inaugurado no ano de 2007. Mas apesar deste importante contributo, o Grupo EEM continua fortemente empenhado na maximização do aproveitamento de energias renováveis, razão pela qual já se encontra em andamento um novo ciclo, envolvendo a Ampliação do Sistema Hidroeléctrico Reversível da Calheta, em fase de adjudicação, que proporcionará um novo encaixe de energia eólica. É percorrendo este caminho, devidamente planeado, que a Região atingirá, já neste ano, 28% da produção de electricidade de origem renovável e que se propõe alcançar em 2015 o “target” de 38%, e, provavelmente, mais de 50% em 2020. O novo centro produtor do Loiral II compreende 2 aerogeradores de última geração, com potência unitária de 3 000 kW, atingindo as torres 80 metros de altura e o diâmetro do rotor 90 metros, com um peso total de 260 toneladas. De realçar que este parque, não obstante ser composto apenas por 2 máquinas, dispõe de potência superior ao primeiro parque do Loiral dotado de 6 aerogeradores. Este aumento de potência unitária, com equipamentos semelhantes aos maiores utilizados no Continente Português, evidencia um “up grade” tecnológico assinalável. Um trabalho importante que visa não só dotar a RAM de equipamentos de topo, como melhorar o impacto visual reduzindo o número de equipamentos a instalar. Possuindo a ilha da Madeira uma rede eléctrica isolada de pequena dimensão e não interligada, estes aerogeradores estão equipados com sistemas de regulação de modo a garantir a estabilidade da rede, nomeadamente a sobrevivência a cavas de tensão de maior amplitude e duração, estando ainda munidos de comando e controlo remoto, a partir do Centro de Despacho da rede eléctrica da EEM, nos Socorridos, o que permite interagir e coordenar operacionalmente a integração desta fonte de energia, de natureza intermitente, no nosso sistema produtor. O custo de investimento associado à construção deste parque eólico ascendeu a 6,5 milhões de euros. Com a entrada em exploração desta infra-estrutura, a produção de energia eólica, por si só, permitirá evitar a emissão anual de 62.000 ton. de dióxido de carbono (CO2) e a importação de 20.000 ton. de fuel. Em termos monetários, e considerando as cotações correntes, as emissões de poluentes evitadas pela produção eólica representam uma poupança de 930 mil euros/ano em aquisições de licenças de emissão de CO2 e uma economia de cerca de 8 milhões de euros/ano com a redução de importações de derivados de petróleo.
fonte:http://www.jornaldamadeira.pt/
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